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Em fins deste mês permutaram os Delegados, transitando o de Guimarães, dr. João Pinto de Freitas para Braga, e de Braga, dr. Alberto Correia para Guimarães.
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No fim deste mês acabou o Isento eclesiástico de Guimarães.
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Neste mês foi aprovada pelo ministério do Reino a deliberação da Câmara, referente à troca da capela de Santa Luzia, para demolir, pela do antigo Campo Santo (que ela chamou sua sem o ser), com o Cabido.
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No dia ..... deste mês, por escritura na nota do escrivão e tabelião José Joaquim de Oliveira, a Ordem 3ª de S. Domingos comprou por 800$000 reis a casa contígua à fronteira do seu hospital para continuação do mesmo, a .....
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Em todo este mês grassou nesta vila e aldeias circunvizinhas a Gripe, que atacou quase toda a gente, sendo contudo muito benigna. P.L.
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"Nos fins deste mês apareceu no nosso horizonte um cometa ao qual só se lhe pôde descobrir a cauda. Esta aparição do cometa fez bastante impressão na gente do Povo, fazendo-o precursor de grandes desgraças, e até como um anúncio do fim do mundo. Não se por influência (sic) do cometa, ou por qualquer outra, que não era estranha, os meses de Fevereiro e Março deste ano foram cheios de grandes e continuadas tempestades, com muitas trovoadas, furacões de vento, etc. as quais fizeram grandes estragos em todo o Reino." P.L.
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Em princípios deste mês, tendo o vigário capitular de Braga mandado que o Padre Francisco de Sousa Barros, reitor de S. João de Ponte (depois foi cónego de Guimarães), cumprisse com uma dispensa para casamento, o reitor não quis cumprir. Os Impetrantes tornaram ao Capitular, o qual de novo mandou que o reitor cumprisse, com pena de suspensão: apesar disoo o reitor não quis e respondeu - que se não conformava com a praxe actual na administração do Sacramento do Matrimónio - (a diferença é que dantes a dispensa era do Papa ou do Núncio). À vista disto o Capitular mandou que fosse o reitor suspenso do exercício paroquial e do uso de todas as Ordens: em observância o arcipreste nomeou encomendado ao Padre José António Fernandes Rodrigues.Este se apresenta com os seus carros e trastes, acompanhado do oficial e eclesiástico, que levava o ofício com a intimação da suspensão, despejo, e que devia assistir à posse do encomendado: chegando porém à freguesia e perto do adro da igreja, reune-se grande multidão de homens, mulheres e rapazes, tocam os sinos a rebate, e, com paus, pedras e fouces, feriram o oficial, obrigaram o encomendado a por-se a pé da cavalgadura e o fizeram fugir. O arcipreste comunicou o facto ao administrador do concelho, este, acompanhado de polícia, marcha ao sítio da residência, mas ao chegar ao lugar da Pontizela, reune-se de novo o Senhor Povo, tocam os sinos a rebate, dão-se vivas e morras: a polícia dá fogo e se retira para Guimarães trazendo três presos. O reitor que é miguelista e favorecido dos guerrilheiros lá ficou. - Na freguesia próxima, S. Tomé de Caldelas, o povo quis levantar-se contro o pároco, por lhe ter a Câmara arbitrado grande côngrua, e na de Santa Maria de Silvares o povo requereu ao Capitular que suspendesse o seu pároco, aliás constitucional, e lhe restituisse o antigo que era miguelista. Os miguelistas de Guimarães trabalhavam a todo o pano. - Do jornal .....
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No fim deste mês já se tinham apresentado bastantes realistas desta vila às autoridades da mesma. P.L.
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Indo de Coimbra para Lisboa uma deputação de cónegos e lentes para felicitarem o Sereníssimo Sr. infante D. Miguel pelo seu feliz regresso a estes Reinos, foi atacada em Condeixa (uma légua além de Coimbra) por uma súcia de estudantes de Coimbra, armada com toda a qualidade de armas, a qual cometeu o atentado de matar 2 lentes e o sobrinho de um dos cónegos que também os acompanhava, maltrataram os 2 cónegos e não fizeram mal algum a um outro lente que também ía nesta deputação. Quando acabavam de praticar esta tão bárbara e cruel acção, foi que uma mulher deu fé e principiando a gritar que acudissem aquele sítio afim de que prendessem tão grandes malfeitores, e entrando logo a acudir gente os fez dispersar pelos montes e seguindo-os prendeu alguns; e a Guarda de honra de cavalaria do general Agostinho Luís que vinha governar a província da Beira chegando pouco depois ao sítio pôde também conseguir prender alguns; vieram presos para Coimbra. P.L.
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Neste mês esteve um desembargador do Porto na freguesia de S. Pedro de Queimadela a conhecer de um desacato e roubo que se havia feito na supradita igreja. Serviu de escravidão nesta diligência o juiz do crime de Braga. P.L.
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Veio uma portaria do Governo a todos os prelados regulares para mandarem recolher aos seus conventos todos os súbditos que residiam fora deles. P.L.
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Foi removido da cidade de Braga para o convento do Buçaco o arcebispo da mesma D. Frei Miguel da Madre de Deus. P.L.
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Esteve muito mal Gaspar Teixeira de uma moléstia chamada Melena. P.L.
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Neste mês o D. Prior D. Pedro de Sousa, aliás, D. João de Sousa faz visitação no temporal à abadia de S. Miguel do Castelo, assinando os capítulos dela, em 20 de Abril seguinte, nos quais admoesta muito o pároco no cumprimento das suas obrigações, acha a igreja bem provida de ornamentos, louva o abade pelo asseio e limpeza com que os trata, manda fazer as despesas na igreja que lhe permite o pouco emolumento que nela tem "e atendendo à sua impossibilidade, à decência que deve haver em tudo o que toca à igreja, e à memória das veneráveis antiguidades que se conservam nela, sendo a Primaz deste arcebispado"; manda fazer à sua custa por esmola com a brevidade possível: retalhar a igreja, endireitar o lajeado do pavimento dela, reparar a porta principal tirando-se a pedra que ameaçava ruína, rebocar e caiar a capela-mor e tirar o coro por não ser necessário; e encomenda ao abade para que o avisasse das necessidades que houvessem na igreja, para ele as mandar prover.
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Neste mês foi sagrado e recebeu o Pálio o D. Prior de Guimarães, D. Frei Aleixo de Meneses, por estar nomeado Arcebispo de Goa.
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Foi registado um requerimento feito à Câmara pelo Procurador da Coroa, Agostinho Leite Ferreira contra o abuso do Cabido em estender os privilégios das Tábuas Vermelhas.
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Na 1ª dezena deste mês: estando 1 gradeiro em cima de uma escada para guiar o guindamento de uma grade e vidraça que alguns devotos queriam mandar colocar no cruzeiro pertencente ao recolhimento do Anjo e que estava no largo do Anjo, caiu, ficando em estado perigoso, de que lhe resultou a morte. Guindavam uma grade de 3 arrobas por umas cordas, lançadas nos braços da pequena cruz, apenas segura por 1 pequeno espigão de ferro, à qual não podendo com o peso, nem sustentando a força empregada para guindar a grade, desabou e trouxe consigo o homem que estava na escada. A cruz e grade não caíram longe de 8 crianças que moravam ali perto. NB: a cruz com a imagem do Crucificado foi substituída por uma nova, mas de diferente pedra e desenho, sendo então o cruzeiro apeado e colocado encostado ao recolhimento, onde esteve à extinção e demolição do mesmo, em fins de 1910, sendo então arrematado pelo dr. Luís Cardoso, filho, que o mandou colocar na sua quinta de Margaride onde ora está.
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[Foi a 24 ] Tomaram posse de vereadores António Pedro de Barros Leiva e Francisco Filipe da Silveira, não aceitando o 3º que era Rodrigo de Menezes. P.L.
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Morreu no hospital do Porto, José Maria Maciel, sargento de veteranos, natural e morador na rua Nova desta vila. P.L.
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Entrou para perreiro da Colegiada o João Careca. P.L.
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São apregoadas no Toural 3 leis, a saber: - sobre os carcereiros que deixam fugir e fogem com os presos, de 10 de Dezembro de 1602; - sobre a prisão dos contractadores das rendas por crimes graves, idem; - sobre os que entram na clausura dos mosteiros de freiras, de 13 de Janeiro de 1603.
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Martim Anes, cónego de Braga, com procuração de D. Rodrigo Peres prior de Santa Maria de Guimarães, e Martim Garcia chantre de Guimarães em nome do seu cabido, deram, outorgaram e empossaram Estêvão Pais em uma conezia da Colegiada, que era vaga por óbito de Afonso Peres Vimieiro.
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Sentença da Relação do Porto decidindo que o Corregedor não tome conhecimento de agravos de negócios resolvidos em Câmara. Era Corregedor o licenciado João de Ornettas, que queria decidir tais negócios.
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O corregedor envia por cópia ao juiz de fora o aviso de 19 de Março de 1825, da Intendência da Polícia de Lisboa que lhe havia sido dirigido sobre circular ultimamente no Reino uma tradução do "Emílio de Rousseau", oferecida a João Bernardo da Rocha Loureiro, impressa em França ou Inglaterra, que, pelos perversos princípios que continha, era um fatal veneno contaminador da moral pública e dos sãos costumes que convinha manter na maior pureza: ordenando a ele corregedor que expressa as mais terminantes ordens aos juízes territoriais que vigrem activamente, não só que semelhante obra não circule, mas que sejam apreendidos todos os exemplares que lhes constar existirem em seus distritos, e das apreensões que fizessem, os mesmos juízes dariam imediatamente conta à Intendência, indicando as pessoas a quem foram achadas.
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Tomou posse o Provedor bacharel Tristão Pereira Pimenta de Araújo, nomeado por alvará de 13 de Dezembro de 1726; o qual era ex-juiz dos Órfãos do Porto.