Efeméride de 27-06-1828

Descrição
Das cinco para as seis horas da tarde foi atacada de improviso a guarda da divisão constitucional do Porto que estava nesta Vila e que nela havia entrado a 24 deste mês. A guarda que foi atacada era a que estava postada na ponte de Santa Luzia. Ao mesmo tempo que foi atacada a guarda da ponte principiaram a avançar soldados e guerrilhas pelas ruas de Trás-o-Mosteiro, S. Domingos e Molianas, chegando alguns guerrilhas a entrar no Toural onde foram mortos. O batalhão do 18 que estava em revista no terreiro da Misericórdia marchou logo para o inimigo e o repeliu em diferentes pontos. Os outros corpos entraram a pegar em armas, porém em grande desordem porque o fogo já era imenso por todas as partes. Não obstante a sua surpresa não deixaram de fazer um fogo vivíssimo ao inimigo fazendo-o retirar em desordem. Na Vila apareceram alguns 12 ou 15 mortos no número dos quais estavam um sargento do nº 9 e um sodado do mesmo regimento, ambos da divisão constitucional do Porto; o resto dos mortos eram guerrilhas e milicianos da gente (realistas) que tinha vindo de Braga. Fora da Vila também apareceram bastantes mortos e feridos. Finalmente foi esta a maior catástrofe que Guimarães tinha visto, a qual enchou toda a gente de terror e espanto, pelo que ficou a Vila deserta de todo. O fogo durou até depois de Trindades, e então é que as duas divisões retiraram, a realista para Braga (isto é, parte dela porque a outra dispersou para diferentes partes) e a constitucional para o monte da Forca, onde acampou nesta noite. A tropa que tinha vindo de Braga era composta de guerrilhas, milícias, alguns soldados do nº 19 e um batalhão de soldados provisórios, e era comandada por (o coronel) Raimundo José Pinheiro governador de Viana. P.L.
Data
27 junho 1828