Guimarães e a Universidade do Minho.

Descrição
Um vogal da Câmara Municipal de Braga apresentou, na sua reunião de 16 do corrente, uma proposta de repúdio pela continuação da «Comissão Instaladora da Universidade do Minho em conduzir os seus trabalhos no sentido de a implantar nas Taipas, subúrbios de Guimarães, com prejuízo de quase toda a população minhota», propondo «que seja feita uma exposição por esta edilidade ao Sr. Ministro da Educação e Cultura, transmitindo esse repúdio e semelhante situação, por constituir solução reprovável». E termina a proposta por dizer qual o verdadeiro motivo: «Ainda, também, se a Universidade do Minho não é para todo o Minho, mas para instalar numa sua cidade, como parece ter-se em vista, embora sub-repticiamente, então deveria situar-se na respetiva capital, como é lógico».Esta proposta veio tornar público que a Comissão Instaladora da Universidade do Minho continua a conduzir todos os seus trabalhos no sentido de a implantar nas Taipas. (…) O lugar à margem do rio Ave foi aquele que reuniu por unanimidade (ora isto não poder ser esquecido!) as melhores condições para implantar esse complexo universitário, que se desejava fora dos centros urbanos e em sítio mais perto das áreas de grande população. (…) Ora foi isto o que, precisamente, fez afastar a ideia de colocar a Universidade num centro urbano de destaque, como Braga ou Guimarães, e implantá-la num lugar isolado que servisse plenamente as populações desta densa e povoada área, perto dos meios mais industriais, que são os que sensivelmente irão fornecer os maiores contingentes de alunos, já que o tempo do estudante-parasita e filho-família, que levava meia vida a formar-se vai, felizmente, terminar. E ainda a intenção de fugir à adaptação de velhos edifícios à função escolar, sempre deficientes, sempre insuficientes e assaz dispendiosos. A Universidade moderna que o Portugal Novo precisa de criar não exige instalações imponentes, mais de fachada do que utilidade, mas edifícios capazes e funcionais para o fim a que se destinam.(…) Na defesa dessa escolha, Guimarães estará vigilante e atento, não consentindo que se repita o caso do Parque Industrial, que se teve de dividir em dois, quando a ideia inicial era a criação de um só, com o resultado de dar origem a uma supérflua duplicação de despesas, que devia ser evitada.”
Abrangência espacial
Guimarães
É parte de
O Comércio de Guimarães