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Descrição
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Perante a confusão que – com fins inconfessáveis – se pretende estabelecer em torno da implantação da Universidade do Minho, sente a Unidade Vimaranense o dever de mais uma vez alertar as populações em geral e as Entidades superiores para as manobras menos edificantes de certos núcleos que, em síntese, visam:- Anular um despacho do MEIC que restabelece a justeza dum anterior decreto;- Retardar o mais possível a instalação das Faculdades atribuídas a Guimarães, prejudicando, assim, o maior centro industrial do distrito e toda a região adjacente, de não menos importância;- Levantar, sistematicamente, obstáculos aos esforços de Guimarães para cumprimento e tempo útil do referido despacho, a partir de manobras deletérias, formalismos e pseudolegalismos invocados pela entidade mais responsável – a Comissão Instaladora – que parece pretender dar tempo a estranhas movimentações, de que é exemplo flagrante a moção do plenário dos Trabalhadores da U. M. – que ora se intenta transformar em Universidade de Braga!- Anular as finalidades básicas que presidiram à criação da U. M. – nunca atribuída exclusivamente a Braga.E assim reunida em A. G., a U. V. lavra veemente e público protesto, afirmando:- Vivo repúdio da referida moção, até porque Guimarães poderá prescindir de quantos trabalhadores da U. M. não pretendam trabalhar nesta cidade – temos aqui bons trabalhadores disponíveis;- Lamentar que se discutam as vantagens do corpo docente e pessoal de apoio de uma Universidade em formação, em prejuízo dos interesses do corpo discente e das populações a servir;- Vincar que a U. M. terá que ficar ao serviço do Povo e não dos seus funcionários – pagos pelo Povo;- Exigir definição de um prazo para instalação das Tecnológicas em Guimarães, como foi determinado pelo Governo da Nação;- Exigir público esclarecimento por parte da Comissão Instaladora, em sessão pública a realizar em Guimarães, de quanto possa opor-se à concretização do referido despacho;- Manifestar ao Governo e ao MEIC todo o apoio do Povo desta vasta região que confia nas decisões superiores e nega qualquer forma de rebeldia;- Solicitar superiormente inquérito à atuação da Comissão Instaladora se, no prazo de 30 dias, não for por esta definida a situação a que deu origem e parece integrar a forma de contestação das superiores diretrizes do VI Governo.Mais deliberou, solicitar das populações a maior atenção à evolução deste processo, mantendo-se vigilantes para, serenamente, defender os seus legítimos direitos. Solidarizar-se com a atuação da atual Comissão Administrativa da Câmara Municipal, nos esforços que já empreendeu, para dar seguimento às diligências de que foi incumbida, a garantir-lhe toda a colaboração e solidarizar-se com as posições assumidas face à moção aprovada em plenário dos Trabalhadores da U. M. Manifestar a estranheza pela referida moção dos trabalhadores só agora ter sido divulgada publicamente, apesar de ter sido aprovada em 6 de Janeiro. Dar conhecimento ao MEIC e ao Governo Civil do Distrito de Braga do projeto entregue pela C. A. Da C. M. G. à Comissão Instaladora da Universidade do Minho. Por último, dar esta moção público conhecimento pela forma que a Direção da Unidade Vimaranense achar conveniente.”“Um documento especulativo sobre a Faculdade Tecnológica. Perante o documento tornado público pelos trabalhadores da Universidade do Minho e a resposta dada pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Guimarães, que a moção aprovada em Assembleia Geral da Unidade Vimaranense, de 20 de Janeiro último, veio reforçar com o seu pleno apoio, o assunto não ficou porém arrumado, nem jamais ficará morto, enquanto a Faculdade Tecnológica não for instalada e funcionar nesta cidade. (…)Quando inicialmente foi dado conhecimento público de criar a Universidade do Minho, a instalar em diversas cidades desta província, surgiu a seguir a ideia de antes ser substituída por um «campus universitário», ou seja, a reunião de todos os setores que formavam essa Universidade num determinado sítio que correspondesse aos fins desejados: mais perto dos centros populosos, mais industriais e em lugar mais acessível. Feito o respetivo estudo, que foi considerado como muito bem decidido pelos entendidos, o lugar escolhido foi o Monte da Ínsua, junto ao Rio Ave e a jusante da ponte das Caldas das Taipas. Ora, esta escolha, como era de esperar, desagradou totalmente a Braga. O local apontado fica a seis quilómetros da cidade de Guimarães e a 16 de Braga! Recordemos.Para satisfazer a ideia inicial da colocação da Faculdade em Guimarães, foram vistos na cidade, pelo Reitor da Universidade e mais membros da Comissão Instaladora, diversos edifícios, como: Palacete de Vila Flor, casa do Salgueiral, Casa da Veiga e Convento da Costa, tendo recaído a escolha na Casa da Veiga. Assistimos, um dia, a uma reunião na Câmara Municipal, em que o Dr. Loyd Braga estava entusiasmado com o local escolhido, pois nele se poderiam colocar todos os pavilhões que fossem necessários, um dos quais seria reservado para instalar a biblioteca específica que a Faculdade exige. Assente, portanto, a escolha do local, seguiu-se um espaço de tempo em que o assunto esteve silenciado, vindo depois a saber-se que M. E. I. C. tinha reprovado a escolha!Eis que surge, depois, o «campus universitário». Entre a criação deste «campus» a seis quilómetros de Guimarães, em local para onde esta cidade tem tendência para crescer, e a criação da Faculdade, os vimaranenses tinham de pensar e preferir a escolha. A concentração universitária nesse «campus» tão perto de Guimarães seria, sem dúvida, a preferida. Quando surge, no meio desta expetativa, a instalação da Faculdade de Ciências e Tecnologia em Braga, com milhares de contos gastos na sua instalação e na Biblioteca Pública, onde o conforto e o luxo não foram desprezados!A reação de Guimarães não se fez esperar. Os seus protestos são atendidos e a Faculdade é definitivamente colocada nesta cidade por decreto aprovado em Conselho de Ministros. É, porém, do próprio Ministério (repare-se) que surge a espantosa verdade: o falado «campus universitário» nunca teve aprovação, pois esse sistema estava ultrapassado nos países, principalmente do Norte da Europa, onde tinham sido criados. (…)Assim fomos sempre tratados e sempre assim os nossos interesses foram espezinhados.”
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Abrangência espacial
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Guimarães
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É parte de
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O Comércio de Guimarães