Tomada de posição no problema da Universidade do Minho.

Descrição
A Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Guimarães e a Unidade Vimaranense promoveram, na terça-feira, no salão nobre da edilidade local, uma reunião pública para tomada de posição face a nova investida das forças que contrariam os interesses do concelho de Guimarães e de toda a Região do Vale do Ave, na questão da instalação dos Cursos Tecnológicos da Universidade do Minho, que, por decisão do M. E. I. C., serão implantados nesta cidade de Guimarães. Uma vez mais, a população vimaranense reage contra quem pretende usurpar-lhe, ousadamente, os seus legítimos direitos.”“Não será fácil a espoliação desta vez… A reunião do dia 6, promovida pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal, de parceria com a Unidade Vimaranense, teve, como era de esperar, muita assistência que aplaudiu, vibrou com energia e entusiasmo pelas palavras que ouviu e pelas razões que brilhantemente foram expostas pelos diversos oradores, que tomaram parte nesta significativa e perentória reunião pública. As moções foram aprovadas, as atitudes que firmemente foram tomadas no caso de Guimarães ser esbulhada do ensino tecnológico universitário que lhe foi atribuído, representam um poder de decisão, uma força de luta que não admite mais que esta cidade e região sejam motivo de menosprezo e de atos lesivos aos seus interesses e necessidades, que sempre foi vítima e sempre foi espoliada.Uma das moções aprovadas por entusiasta aclamação pede um inquérito formal, de modo a que os vimaranenses fiquem a saber o porquê de não se cumprir o decreto-lei que determina a colocação em Guimarães daquele ensino, ou se as decisões ministeriais precisam do beneplácito da frequência da Brasileira-Velha para serem cumpridas… Não convencem as razões expostas da pseuda impossibilidade da criação de uma Universidade dispersa. Veiga Simão, ao instituir a Universidade do Minho de maneira a beneficiar diversos centros importantes, não era um ignorante nem um amador em pedagogia, mas um professor universitário distinto, reitor da Universidade de Lourenço Marques com todo o mérito que lhe era reconhecido. Na altura da promulgação desse decreto-lei, não apareceu ninguém a fazer objeções sobre as dificuldades da dispersão universitária, nem a escolha dos lugares mais próprios para a instalação da Faculdade em Guimarães, no princípio, sofreu qualquer impedimento. A escolha recaída sobre a Casa da Veiga e dos terrenos anexos mereceu as melhores referências, tanto sobre o imóvel como sobre o espaço, o qual permitiria dispor os pavilhões a construir de modo como os idealizava. Nessa altura, não havia os impedimentos que depois surgiram como oposições «espontâneas»…Não pode este semanário transcrever na íntegra os discursos proferidos e as moções aprovadas pelo grande espaço que seria necessário, mas uns e outras são dignas de quem as propôs e significam o momento e a disposição do povo vimaranense não ceder um milímetro dos seus direitos, da solução das suas necessidades e do objetivo das suas aspirações. Não será mais espoliado, nem será mais degrau para outros subirem ao trono das suas vaidades. Guimarães… o teu progresso e a tua vida… serão sempre a nossa aspiração. A. F.”
Abrangência espacial
Guimarães
É parte de
O Comércio de Guimarães