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Descrição
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Já os leitores devem ter conhecimento do texto elaborado, a título oficioso, pelo Senhor Reitor da Universidade do Minho e pela Direção-Geral do Ensino Superior sobre a resolução do Conselho de Ministros de 28-9-76, firmado pelo Senhor Diretor-Geral do Ensino Superior, J. A. Cruz e Silva, que diversos jornais publicaram em parte e que soluciona o caso da criação bipolar, em Braga e Guimarães, da respetiva Universidade.Não pudemos deixar de transcrever desse texto (na impossibilidade de o fazermos totalmente, dadas as exíguas dimensões deste semanário) as seguintes condições fundamentais dessa implantação, que rezam assim: «1.1 – Que os dois polos tendam para verdadeiros núcleos Universitários, multidisciplinares, embora a sua concretização seja desfasada no tempo. Isto é, [ilegível] igual, uma vez que no núcleo de Braga funcionam já todas as unidades pedagógicas, de investigação e de apoio necessárias para os diversos cursos professados na Universidade do Minho, incluindo os quatro primeiros semestres dos cursos de Engenharia, enquanto que no de Guimarães funcionarão, de início, unicamente as unidades pedagógicas, de investigação e de apoio necessárias à lecionação dos cursos de Engenharia (Ciclo Complementar)».Por aqui se vê que os dois polos a criar «tendam para verdadeiros núcleos Universitários multidisciplinares, embora a sua concretização seja desfasada no tempo», portanto, estes dois núcleos venham no tempo a tornarem-se independentes um do outro, como convém, quando se construírem os meios necessários para a sua implantação total. Mais ainda, o mesmo texto refere-se à dotação de 10.000 contos para cobrir as despesas com a instalação dos novos Estabelecimentos de Ensino Superior em 1977. Como também assegura o meio de transporte entre os dois polos dos funcionários que residem numa cidade e, eventualmente, trabalham na outra.Outro documento que merecia transcrição era o discurso do Senhor Reitor da Universidade, proferido na ocasião da posse dos terrenos cedidos pela Região Militar do Norte, destinados a uma unidade militar, para neles ser instalada a Universidade do Minho, com a presença de diversas entidades, nas quais de encontrava o Senhor Presidente da C. A. Da Câmara Municipal de Guimarães. Nesse discurso, se fez alusão à bipolaridade Universitária entre Braga e Guimarães (o que provocou um sussurro de desaprovação entre a assistência, o que é conveniente não esquecer…) e se afirmou também o seguinte: «Os membros desta Comissão Instaladora estão dispostos a continuar no exercício das suas funções, embora lamentando que o Governo – sem que tivesse produzido qualquer argumentação – houvesse adotado uma solução distinta da que a Comissão Instaladora da Universidade do Minho propusera desde o início».Este caso ou incidente, se assim se pode classificar, é considerado findo. Os cursos de Engenharia serão instalados em Guimarães, conforme o desejo de sempre manifestado por esta cidade e secundado por outros centros industriais vizinhos, num gesto de solidariedade que jamais será esquecido, e por esta justa solução os vimaranenses não podem deixar de se congratular pela unidade que mantiveram na defesa dos seus interesses que, neste caso, representam a vida e o porvir de todo o seu labor fabril. Diga-se, no entanto, que os vimaranenses nunca tiveram em mente ilustrar o Berço de Portugal com a denominação de uma cidade universitária, mas continuar a ser a Terra de Trabalho que deseja ser, dotada, porém, dos meios de ensino técnico essenciais à sua fecunda atividade industrial. Não obstante a satisfação do que tanto se pretendeu, as autoridades administrativas e políticas desta cidade têm de pedir com toda a solicitude a concretização total do verdadeiro núcleo Universitário para a formação completa dos cursos de engenharia.Vencido este empenho com natural satisfação dos vimaranenses, como lhe deve ser reconhecido, Guimarães e Braga desejam ser bons vizinhos, vivendo cada qual a sua vida particular, sem ingerências, nem dependências. Como entidades pacíficas, querem viver em paz, dando cordialmente os bons dias ao encontrar-se, mas senhores dos seus destinos e das suas vidas. Desejar isto não é pedir de mais nem de menos, mas o necessário para que qualquer das Terras siga o seu fado.Mais ainda…Como o tempo urge, ainda neste mês corrente se fará em Guimarães uma reunião, na qual vai lançar-se o concurso do projeto das obras para instalar os Cursos de Tecnologia (Engenharia), no sentido de urgentemente satisfazer as disposições ministeriais. A demora na concretização desses Cursos atrasa o desenvolvimento e o progresso industrial, com os prejuízos consequentes. Se queremos corresponder aos superiores interesses da Nação, trabalhando e produzindo, temos de andar depressa. A. F.”
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Abrangência espacial
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Guimarães
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É parte de
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O Comércio de Guimarães