O Núcleo Universitário de Guimarães da Universidade do Minho.

Descrição
Como tínhamos dito na semana finda, vamos referir-nos aos discursos proferidos no ato solene da entrega oficial do edifício ao MEIC, que teve lugar no Palácio de Vila Flor no passado dia 29 de novembro, pois algo se disse de muita importância que merece ficar registado.O Senhor Presidente da Câmara, num belo discurso, designou aquele dia da entrega do edifício como uma data histórica na vida da cidade, ao retomar de novo a sua qualidade de urbe universitária depois de ter funcionado no Convento da Costa, no século XVI. Referiu-se igualmente ao esforço despendido pela maioria dos vimaranenses na defesa da colocação deste Núcleo Universitário, unidos, sem divergências de qualquer natureza política ou social, num exemplo admirável de civismo, que é uma lição. Saudou o Governo nas pessoas dos ilustres Secretários de Estado presentes, chamando-lhes a atenção para o esforço que teve de fazer-se para que num prazo limitado, as obras se completassem de forma a iniciar as aulas na época corrente de 77|78.O Senhor Reitor da Universidade do Minho, que a seguir falou, referiu-se aos trâmites da instalação do Núcleo e as divergências que existiram. Como estas instalações são de caráter provisório, afirmou: «Julgo que na situação atual, não será realista pensar que a Universidade, quer em Braga, quer em Guimarães, venha a dispor de instalações definitivas antes de 4 anos, tal como tive oportunidade de referir hoje de manhã, por ocasião da assinatura do contrato a firma APR – Atelieres de Projetistas Reunidos, encarregada de, em colaboração e sob a supervisão da Universidade do Minho, elaborar o Programa e Plano Geral das suas Instalações Definitivas». Terminou por «expressar os agradecimentos da Universidade do Minho à Câmara Municipal de Guimarães e a toda a população que ela representa, não só pelo elevado investimento efetuado, mas também pela elevada capacidade de realização que demonstram…».Por último, falou o Senhor Secretário de Estado do Ensino Superior, Prof. Dr. Joaquim Alberto da Cruz e Silva, que principiou por dizer: «Embora podendo sofrer ainda reticências críticas de alguns, o processo de desenvolvimento da Universidade do Minho atinge hoje uma das fases fundamentais da sua instalação», para depois afirmar: «O tradicional regionalismo minhoto, traduzido numa saudável e desejada concorrência, conseguiu, porém, vencer as barreiras iniciais e alcançar a satisfação de velha e legítima aspiração. E aqui, tem, desde já, que se formular uma primeira nota, altamente elogiosa, à capacidade de iniciativa e realização demonstrada pelas gentes vimaranenses e pelos seus legais representantes». Sobre a opção tomada pelo Conselho de Ministros sobre a localização da Universidade do Minho, aprovando a proposta do Senhor Ministro da Educação e Investigação Científica, «visto ser, sem dúvida, a que melhor poderá dimensionar uma Universidade em termos verdadeiramente regionais e de acordo com uma adequada solução pedagógica e científica».Em continuação, o Senhor Secretário de Estado disse ainda: «… é previsível e aceitável que, como resultado de sua própria expansão, ela venha a ser integrada dos dois núcleos autónomos intercomunicáveis, em que a formação humanística do núcleo bracarense – na continuidade, aliás, dessa histórica característica da cidade – se complete com a formação tecnológica que o progresso industrial vimaranense continuadamente há-de exigir». Depois de elogiar os esforços notáveis despendidos pela Câmara Municipal, o Senhor Secretário de Estado afirma: «É indesmentível que, sem a dinâmica dos responsáveis pelos interesses vimaranenses, era impossível, tanto à Universidade como à Secretaria do Estado do Ensino Superior, conseguir e aprontar, em tempo, estas novas instalações»… para a seguir mencionar: «Será com sincera satisfação que irei citar no futuro o caso da Universidade do Minho como um exemplo do que pode efetivamente ser o apoio regional ao desenvolvimento das estruturas do ensino superior».E para findar, o Senhor Prof. Dr. Cruz e Silva dirige ao Senhor Presidente da Câmara estas palavras dignas de registo: «Senhor Presidente da Câmara: agradeço-lhe, como representante do Município de Guimarães, o contributo valioso dado à Universidade do Minho, o mesmo é dizer ao ensino superior, e creia que estou seguro de que não foi em vão o esforço desenvolvido pelas autoridades e pela população de Guimarães e que dele tirarão fortes benefícios a Universidade do Minho, os seus estudantes, toda a região e o próprio país».Desta forma, quisemos deixar transcrito nesta secção estas inesquecíveis afirmações, que bem podem servir para não só se fazer a história do 29 de novembro de 1977, como para apoio no futuro de outras aspirações e de outras necessidades que Guimarães venha a precisar, como se espera. Da parte da manhã deste mesmo dia, o Senhor Reitor da U. M., num discurso proferido em Braga, lembrou às Câmaras de Braga e Guimarães a necessidade de procurarem terrenos capazes para estudo da fixação definitiva das instalações dos núcleos universitários, em razão do contrato assinado com a empresa projetista. A. F.”
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