Avelino da Silva Guimarães (1841-1901)

Data
Abrangência espacial
Passos Perdidos SMS
Tipo
Óleo s/tela
Formato
730x600 mm
anotações
Abel de Vasconcelos Cardoso nasceu em Guimarães, no prédio n.º 63 da Rua de Santa Maria, da freguesia da Oliveira, a 10 de Fevereiro de 1877, filho de António Augusto da Silva Cardozo (AASC) e de sua Mulher D. Margarida de Vasconcellos da Silva Cardozo. Faleceu na mesma cidade em 16 de Maio de 1964, sendo sepultado no Cemitério da Atouguia. Casara em Dezembro de 1914 com D. Maria da Agonia Passos da Silva Viana Cardozo, que faleceu em Fevereiro de 1943, e de cujo matrimónio houve quatro filhos.
Seu Pai era Pintor retratista, e foi o primeiro professor de Desenho, da Escola Industrial criada em Guimarães em 1884. De seu Pai recebeu Abel Cardoso as primeiras lições de Desenho, e, quando aquele faleceu, em 1893, já Abel Cardozo frequentava a Escola de Belas Artes do Porto, onde foi discípulo de Marques de Oliveira, João Correia, Marques Guimarães e António Sardinha. Concluído naquela Escola o seu curso de Pintura, onde também frequentara os cursos de Escultura e de Arquitetura, partiu para Paris em 1896, apenas com 19 anos de idade, e ali foi admitido, mediante concurso, na École Nationale de Beaux-Arts onde foi discípulo de Gérome, depois de um estágio na Académie Julien, tendo como mestres eminentes os consagrados Pintores Benjamin Constant e Paul Laurens.
O ano de 1898 passou-o no Brasil, onde foi tentar a vida como artista, por falta de meios para poder continuar em Paris. Regressando do Brasil bastante doente, em Dezembro desse mesmo ano, fixou-se em Guimarães, sua tema natal, onde abriu um curso particular de Desenho e Pintura, e continuou trabalhando como retratista e paisagista. Em 1904 foi admitido como professor provisório da Escola Industrial desta cidade, e em 1908 passou ao quadro efetivo da mesma Escola, da qual mais tarde foi Diretor durante 16 anos consecutivos. Também, entre os anos de 1900 e 1926, ocupou por várias vezes, como Professor provisório, o lugar vago da Cadeira de Desenho do liceu de «Martins Sarmento», em Guimarães.
Em 1931 transitou, a seu pedido, para a Escola de «Afonso Domingues», em Lisboa, onde se conservou como professor até a sua aposentação, aos 70 anos, em 1947. Ainda durante alguns anos se manteve na capital, regressando depois ao seu inesquecível Minho, e passando os últimos anos da sua existência na pequena casa que possuía na aldeia de S. Martinho de Gondomar, próximo do Rio Ave, reproduzindo, em telazinhas admiráveis, pequenos recantos dessa encantadora região do Norte do país, que ele adorava, ribeiros de águas claras e mansas, milheirais e vinhedos verdejantes, colinas ensombradas de velhos robles e pinheiros, capelinhas brancas com seus adros, humildes casais rústicos de tão singela beleza.
Minado pela doença, apesar de ter sido um homem robusto, mas cansado por uma vida de trabalho incessante, teve em 1964, de procurar alívio e tratamento conveniente num quarto particular do Hospital da Misericórdia de Guimarães, aí falecendo dentro de breves dias com a provecta idade de 87 anos.
Durante o seu tempo de escolar conquistou vários prémios, sendo-lhe conferida 1.ª Menção Honrosa na Cadeira de Desenho Histórico da Escola de Belas Artes do Porto, e foi o primeiro classificado no concurso da mesma Escola ao Prémio pecuniário de Arquitetura Civil designado de «Soares dos Reis». Pela Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa foi também galardoado com uma Menção Honrosa e uma Medalha de Bronze.
Realizou várias Exposições das suas obras; em 1923, no Átrio da Misericórdia, do Porto; em 1924, em Lisboa, no Salão Bobone; em 1925, novamente no Porto; em 1926, na Sociedade Martins Sarmento; e em 1932, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Foi essa a década da sua mais exuberante produção artística, durante a qual se impôs como um dos maiores paisagistas da sua geração. Deixou numerosas obras suas, adquiridas por colecionadores de Arte, e existem quadros seus no Museu Malhoa, das Caldas da Rainha, no Museu Municipal da Figueira da Foz, no Museu da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, e no Museu de Arte Contemporânea (Museu do Chiado), de Lisboa. Foi também o autor das decorações figurativas, de pintura a fresco, da sumptuosa fachada, de estilo romano-bizantino, do edifício da sede da Sociedade Martins Sarmento, instituição de que era sócio efetivo desde o ano de 1905, e sócio honorário a partir de 1957, honrado então com essa categoria pelos valiosos serviços que a esta Coletividade prestou, contribuindo para o enriquecimento da Secção de Arte Moderna e Contemporânea, fundada em 1936 no Museu desta instituição cultural.