A Biblioteca de leitura pública da Sociedade Martins Sarmento abriu as suas portas em 1885, disponibilizando o acervo bibliográfico-documental que começou a constituir-se à data da fundação da Instituição, em 1881, e que hoje se aproximará de uma centena de milhar de volumes distribuídos por vários quilómetros de prateleiras.
O principal veículo de incorporação de livros na Biblioteca tem sido a doação de bibliotecas particulares, quase sempre por disposições testamentárias. Ao longo do tempo, a Sociedade acolheu os acervos bibliográficos de figuras como Martins Sarmento, o Visconde de Vila Pouca, o cónego Alberto Vasconcelos, os Padres de Santa Luzia, João Lopes de Faria, Raul Brandão, ou, ainda há escassos meses, do investigador Agostinho Guimarães. Mercê da variedade dos interesses culturais ou profissionais dos doadores, a Sociedade foi reunindo impressionantes fundos especializados em áreas do conhecimento como a história, a arqueologia, a etnografia, a medicina, o direito, a religião.
Por outro lado, no quadro da política de permutas com outras editoras, que a Sociedade desde sempre privilegiou, a publicação da Revista de Guimarães, desde o ano de 1884, permitiu-lhe reunir uma vastíssima colecção de revistas científicas, nacionais e estrangeiras, com particular relevo para as que abordam os territórios da história, da arqueologia e da antropologia.
De grande importância, tanto pela dimensão excepcional, como pela presença de obras raras e com significativo valor patrimonial (com destaque para um exemplar da 1.ª edição dos Lusíadas, de 1572), o fundo de livro antigo tem um lugar à parte nesta biblioteca. Assume também relevo particular o acervo de obras editadas no século XIX. Sem paralelo em qualquer outra biblioteca, o Fundo Local da SMS constitui um dos principais pólos de atracção da sua biblioteca, já que reúne quase tudo o que em Guimarães, sobre Guimarães ou de autores vimaranenses se publicou até aos nossos dias.
O catálogo da biblioteca da SMS está já disponível para consulta na Internet.