Ara votiva (modelo em gesso).

Descrição
É o modelo de duas, inscrições existentes num penedo da Bouça chamada «do Capitão de Fervença», próxima da Citânia dc Sanfins (Paços de Ferreira, estação arqueológica que foi largamente explorada pelo falecido Rev. P.e Eugénio Jalhay, Grande Suplemento.J., e pelo seu discípulo Ten. Coronel Afonso do Paço, também falecido, tendo os dois publicado sobre esse povoado primitivo várias notícias e relatórios das suas escavações. A l.ª linha da inscrição é interpretada, segundo a lição de M. Sarmento, nimid ou niminid, do irlandês nemeth ou nemed, que significa bosque sagrado ou santuário, «sacellum». Numinib(us) deve ler-se «aos poderes divinos», conforme a lição de Leite de Vasconcelos. O modelo, existente no jardim do Museu, foi mandado executar por Sarmento segundo moldagem obtida nas inscrições originais.
Interpretação: Aos poderes divinos das fidueneas (Ninfas?) aqui (se pratica o culto). A Cosunea, cumpriu a promessa. . . . . .
Leitura: Numinib(us) /Fiduenarum / hic Cosuneae /f[idem] s(olvit)
Invocação: NYMPHAE FIDVENEARVM
É parte de
Epigrafia
Formato
Dimensões: altura das letras: 0,14, 0,17 e 0,25.
Abrangência espacial
Bouça do Capitão de Fervença», próxima da Citânia dc Sanfins. Encontra-se atualmente em reserva no Museu Arqueológico da SMS.
Identificador
70 e 120
Referências
Corpus Inscriptionum Latinarum, II, Grande Suplemento, n.º 5607; Ephemeris Epigraphica, VIII, p. 400; E. Hübner, Mon. Ling. Iber., Berlim, 1893, p. 182, n.º LIII e Römische Herrschaft in Westeuropa, Berlim, 1890, p. 258, 259; A. Holder, All - celtischer Sprachschatz, Leipzig, 1896, t. 1, p. 1495, s. v. «fidueneae»; Argote, Memórias, vol. II, p. 467; Revista de Guimarães, XVIII, 60; Religiões da Lusitânia, de J. L. vasconcelos, II, p. 188 - 189; Dispersos, de F. M. Sarmento, p. 175 e 423 ss; E. Jalhay e A. do Paço, El Castro de Vilonovo de San Pedro, Madrid, 1945; GHS, p. 37, 38 e notas 12 e 13 de p. 40 - 41; Divindades Indígenas sob o domínio romano em Portugal, de J. M. S. Encarnação, vol. 1, p. 113 ss; M. Sarmento, «Cidade velha de Monte Córdova», O Archeologo Português, 1, p. 145 ss; Algunsa consideraciones sobre los nombres de divindades del oeste peninsular, de A. Tovar e J. M. Navascués, IX, II, p. 182; Religiones Primitivas de Hispania, I, de J. M. Blasquez Martinez., 120; BE, 182.