Elementos decorados com trísceles e tetrásceles

Descrição
Conjunto de elementos arquitetónicos decorados, que integravam paredes de habitações e outras construções na Citânia de Briteiros. Cinco destes elementos estão decorados com trísceles (dois dos quais vazados, ou seja, formavam uma janela) e um está decorado com um tetrásceles.
Os trísceles (com três braços) e tetrásceles (com quatro braços), bem como composições semelhantes com maior número de braços, são símbolos espiraliformes que surgem figurados, quer em gravuras rupestres, quer em elementos integrados em construções, como é este o caso, por vezes associados a outros símbolos. Os tetrásceles também são conhecidos como "cruz gamada" (formada por quatro gamas do alfabeto grego) ou "suástica".
São composições de carácter simbólico, eventualmente com atributos de proteção espiritual em relação aos habitantes de uma determinada casa (daqui o facto de, muitas vezes, surgirem esculpidos junto das portas). Podem também ser interpretados como meros elementos decorativos, nomeadamente em edifícios com complexos conjuntos de decoração abstrata, como era o caso dos balneários castrejos.
É-lhes atribuída uma origem oriental, via Mediterrâneo, segundo a interpretação de Martins Sarmento, e costumam ser associados a representações astronómicas, como o próprio Sol. Além das casas, estes símbolos foram também representados em estátuas de guerreiros e em algumas pedras formosas dos balneários, bem como em algumas joias. Não aparecem, contudo, em decorações de cerâmica.
É parte de
Pedras ornamentadas
Abrangência espacial
Citânia de Briteiros.
Encontra-se atualmente exposta no claustro do Museu Arqueológico da SMS.
Identificador
103-12
Referências
Revista de Guimarães, XX, p. 112; XXI, p. 9; XXII, p. 102 e 107; Dispersos, de F. M. Sarmento, p. 433 e 434; Religiões da Lusitânia, de J. L. Vasconcelos, III, p. 71 a 80; Pierre Paris. Essai, I, p. 36 - fig. 25 e p. 37 - lig. 27; E. Cartailhac, Les âges préhist., fig. 412; Zeitschrift für Ethnologie, Berlim, 1880, t. XII, p. 346. | Sobre a suástica, como símbolo religioso, existe uma enorme bibliografia. Citámos apenas algumas obras: Religiões da Lusitânia, de J. L. vasconcelos, III, p. 73 e ss., 406, 428, 586, 616 e 624; Revista de Guimarães, XXXVIII. p. 6, 7; P.e F. M. Alves, Memórias arqueol. - históricas do Distrito de Bragança, Porto, 1934, vol. IX, p. 23 e ss.; A. de Lacerda, O Fenómeno religioso e a simbólica, Porto, 1924 - p. 244 a 275; J. Déchelette, Manuel D’Arch. - II, p. 453 e ss.; G. Dispersos, de Francisco Martins Sarmento’Alviella, La migration des symboles, Paris, 1891, p. 41 e ss.; Grande Suplemento. Reinach, Czdtes, niythes et religions - . II, 1906. p. 234 e ss.; Idem, «Le mirage oriental», in L’Anthropologie, Paris, 1893 - t. IV, p. 564, 565; Mortillet, Le signe de la croix avant leChristianisme, Paris. 1866 - p. 146 e 169; Alex. Bertrand, Religion des Gaulois - p. 140 e ss. e p. 156; Zmigrodslki, Histoire du svastika. in Compte - rendu do Congresso lnt. Dispersos, de Francisco Martins Sarmento’A. A. P. de Paris, em 1898, Paris, 1891, p. 473 e ss.; Wilson, «The swastika», in Annual Report of the board of regents of the Smithsonian Institution, Washington, 1896; etc.