Pedras ornamentadas da Citânia de Bireitros

Descrição
Integram uma série de trinta e três pedras ornamentadas, provenientes das escavações realizadas por Martins Sarmento na Citânia de Briteiros, parte das quais dos tipos abaixo figurados. Eram estas pedras especialmente aplicadas no embelezamento das portas e paredes exteriores de algumas habitações (confira com o n.º 114 e 116, ps. 185 e 186 do Catálogo). Decoração idêntica ao desenho represéntado no lado direito da gravura, ostenta o bordo superior da «Pedra Formosa» e igual motivo ornamental se vê numa espada posthallstáttica procedente de Alcácer-do-Sal (Salacia) (conf. O Archeologo Português, XIII, p. 227, fig. 22 e Homenagem a Martins Sarmento, Guimarães, 1933, p. 86, fig. 1). A corda, ou torso, é também vulgar nas ornamentações de Sabroso. | Este número do Catálogo abrange também uma pedra com gravados irregulares e assimétricos, talvez de carácter simbólico; finalmente, duas pedras contêm a representação de tenazes ou pinças de forja (emblemas tumulares? Vide o que se disse, a propósito de tais emblemas, no n.º 118). Figuram ainda sob este mesmo número, e procedentes igualmente da Citânia de Briteiros, duas rodas de mós manuais, ou atafonas (molae manuariae ou manuales), vulgares e características em todos os castros da 2.ª Idade do Ferro; quatro gárgulas; um triturador, de tradição neolítica (ainda hoje usado em várias regiões do País, por ex. na Beira-Alta, onde tem o nome de caroleiro, destinado à trituração doméstica do milho); duas bases quadrangulares de colunas ou esteios (talvez pertencentes já aos restos da primitiva ermida de S.Romão); duas pequenas pedras com pega lateral, que, possivelmente, serviriam de portas de fornos e uma pedra arredondada, com três cavidades, talvez godés para desfazer tintas destinadas à coloração dos tecidos.
É parte de
Pedras ornamentadas
Abrangência espacial
Proveniente de Citânia de Briteiros.
Encontra-se atualmente exposta no claustro do Museu Arqueológico da SMS.
Identificador
107
Referências
Revista de Guimarães, XX, p.122; XXI, p. 12 a 15, 106 e 111; XXII, p. 9 e 115; Dispersos, de F. M. Sarmento, p. 437, 438, 458, 469 e 470; Mário Cardozo, Citânia e Sabroso, Guimarães. 1930 p. 25, fig. 17; E. Cartailhac, Les âges préhist. de l’Espagne et du Portugal, Paris, 1886 - fig. 409; P. Paris, Essai sur l’Art et l’Industrie de l’Espagne primitive, Paris, 1903 - 04 - t. I, p.34, fig. 23; Zeitschrift für Ethnologie, Berlim, 1880 - t. XII, p. 346; O Archeologo Português, XIII, por 227, fig. 21; XX, p. 10 e ss.; Portugália, Porto, vol. II, p. 512. | Sobre tenazes de forja, do tipo das figuradas nas pedras da Citânia, vide: J. Déchelette, Manuel D’Arch., Paris, 1914, t. IV, p. 1376 e 1543; O. Montelius, La Suède préhistorique, Estocolmo, 1874, p. 139 e 161; Reinach, Catalogue illustré du Musée des Ant. Nat. de St. Germain - en - Laye, Paris, 1926 t. 1, p. 268. | Sobre o uso de mós manuais, vide: Portugália. Porto 1899 - 1903 - t. I, p. 828; R. Cagnat, Manuel D’Arch. Romaine, Paris, 1920, t. II. p. 231 a 33; J. Déchelette, Manuel D’Arch., Paris, 1914, t. IV, p. 1386; Mário Cardozo, «A mó e a farinha, o forno e o pão». in Trabalhos de Antropologia e Etnologia, Porto, 1959, vol. XVII, p. 235 ss. | Sobre trituradores neolíticos, vide: J. Déchelette, Manuel D’Arch., Paris, 1924, t. I, p. 345; J. Evans, Les âges de la pierre, Paris, 1878, p. 243; O Archeologo Português, VIII, 163 e lam. IV - fig. 149, entre p. 274 - 75; Correspondência entre E. Hübner e M. Sarmento, p. 41 e nota 36.