Caminho encharcado (Arredores de Guilhabreu)

Criador
Júlio Ramos (1868-1945)
Data
s/d
Tipo
Óleo s/tela
Formato
605x950 mm
anotações
JÚLIO RAMOS (1868-1945) PINTOR, PROFESSOR E ESCRITOR. Júlio Gonzaga Ramos nasceu na freguesia da Sé, no Porto, em 21 de Julho de 1868, sendo batizado passados cinco dias na catedral portucalense. Foi registado como filho de António Caetano Ferreira e de Maria Preciosa de Sousa, embora fosse filho natural de David Ramos, descendente de uma casa abastada de Guilhabreu, Vila do Conde, e irmão de Cândida Ramos, que veio a casar com o médico José de Sousa Lamy.
Em 1882 matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno de João Correia, Marques de Oliveira, Soares dos Reis e Geraldo Sardinha. Em 1886, durante a licenciatura, recebeu uma menção honrosa num concurso de desenho e, dois anos mais tarde, um prémio pecuniário de Arquitetura.
Findo o curso, continuou os estudos em Paris como bolseiro do Estado português (1891-1897). Durante a estadia, frequentou a École des Beaux-Arts e o atelier de Julien, tendo tido por mestres Jean Paul Laurens, Benjamin Constant, Jules Breton e Loys Valteil. Expôs no Salon por duas vezes (em 1896 e em 1897) e teve a companhia de António Nobre, para quem veio a ilustrar, com Júlio Brandão, a segunda edição da obra "Só" (1898).
Em 1897 regressou a Portugal para se dedicar à pintura, em particular às paisagens do Ave e do Lima. Nessa data expôs pela primeira vez na Academia Portuense de Belas Artes e, no ano seguinte, colaborou no terceiro número da "Ilustração Portuguesa", de 1 de Agosto, com desenhos da vida campestre.
A partir de então, participou em numerosas exposições em Portugal e no estrangeiro (Porto, Lisboa, Paris, Rio de Janeiro e Berlim), tendo sido premiado nalgumas delas (2ª Medalha do Grémio Artístico de Lisboa, em 1898, 3ª Medalha na Exposição Universal de Paris, de 1900, e Medalha de Ouro na Exposição Nacional do Rio de Janeiro, em 1908).
Em paralelo com a pintura entregou-se, também, ao ensino e a outras atividades artísticas. Lecionou na Escola Industrial Faria Guimarães (atual Escola Artística de Soares dos Reis) entre 1923 e 1938 e recebeu alunos de pintura no seu atelier portuense, da Rua do Campo Lindo, localizado nas proximidades da casa que habitou. Foi cenógrafo e tocador de violão na Sociedade Dramática d'Amadores da Cidade do Porto, escreveu sobre Arquitetura em diversas publicações periódicas ("O Primeiro de Janeiro", do qual foi diretor artístico, "Comércio do Porto Ilustrado", "Ilustrações Modernas", em 1898, "Serões", em 1907, "Arte", em 1908, e "A Águia", entre 1910 e 1911) e participou nas ilustrações de livros de Júlio Brandão e de Aurora Jardim.
Faleceu em 1945, com 77 anos, no lugar de Freixo, freguesia de Guilhabreu, vítima de uma cólica hepática.
Proveniência
Incorporação em 15/01/1937, oferta do autor.