CASTRO DE SABROSO

O Castro de Sabroso é um sítio arqueológico localizado na Freguesia de S. Lourenço de Sande, Concelho de Guimarães. É um conjunto de impressionantes ruínas de um povoado fortificado, habitado na segunda metade do I milénio antes de Cristo, com uma extensão de cerca de 3 hectares. O povoado foi implantado numa pequena elevação (com a cota máxima de 277 metros), sobranceira ao vale do rio Ave, na sua margem direita, e a pouca distância dos terrenos mais planos do vale.


Tal como a Citânia de Briteiros, que dista cerca de 2,7 km de Sabroso, em linha reta, o monumento tem um lugar destacado na História da Arqueologia Portuguesa, porque constituiu um campo de experimentação dos primeiros trabalhos arqueológicos de vulto em Portugal. Francisco Martins Sarmento realizou campanhas arqueológicas em Sabroso em 1877, 1878 e 1883. O Castro de Sabroso foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910.

Vestígios visíveis

O espaço interior do antigo povoado é delimitado por uma linha defensiva formada por duas muralhas distintas, construídas em pedra. Nos pontos de maiores dimensões, a primeira muralha atinge uma altura de 5,20m, e uma espessura de 4,20m, fazendo desta construção uma das mais monumentais muralhas do período pré-romano que conhecemos no Norte de Portugal. No interior do recinto delimitado pelas muralhas são visíveis 36 construções circulares, que ocupam o espaço de forma relativamente densa. Foram também identificadas três estruturas retangulares, duas das quais integram um conjunto que tem sido interpretado como uma cisterna. No topo da elevação distinguem-se vários conjuntos de gravuras rupestres.

Castro de Sabroso

O Castro de Sabroso pode ser visitado mediante pedido especial através dos contactos:

+ 351 253 478 952 | citania@msarmento.org

ESCAVAÇÕES ARQUEOLÓGICAS DIRIGIDAS POR CHRISTOPHER HAWKES

Em 1958, entre 3 e 11 de Abril, o Castro de Sabroso foi objecto de uma campanha de prospecção e escavação a cargo de uma brigada arqueológica britânica, dirigida por Christopher Hawkes, professor de Arqueologia Europeia na Universidade de Oxford e integrada por Ilid Anthony, à época directora do Verulamium Museum, e Nicolas Hawkes, estudante de Oxford. Os trabalhos contaram com o acompanhamento e o apoio do Coronel Mário Cardozo, Presidente da SMS.

Esta missão arqueológica retomou os trabalhos realizados por Martins Sarmento oitenta anos antes.

No relatório final, o Prof. Hawkes escreveu:
«Estas escavações, apesar de breves, permitiram estabelecer uma divisão da civilização da Idade do ferro desta região do Norte de Portugal em dois períodos distintos, cada qual caracterizado por seus muros de construção típica e por uma cerâmica também própria de cada um desses períodos. Cronologicamente podemos integrá-los respectivamente nos séculos IV-III e II-I a. J. C.»

 

Intervenções realizadas

Bibliografia