José da Silva Eiras apresenta prova testemunhal da existência de um moinho, na margem esquerda do rio Freitas. Posteriormente é feito o pedido de licença para reconstrução do mesmo moinho para uso particular. Contém: comunicações, despachos, ordens de serviço, nota de serviço, planta, requerimento, edital, informação, alvará de licença. Local: concelho de Terras de Bouro, freguesia de Covide, lugar de Ponte de Folão.
Mulheres e trabalho: da economia familiar ao salário individual
A Casa de Sarmento apresenta a iniciativa Novos olhares, que tem como objetivo divulgar, num ambiente informal, os resultados de investigações desenvolvidas pela comunidade científica.
Consciente da permanência das desigualdades de género e da pertinência que este assunto tem na ordem mundial, a Casa de Sarmento considera relevante refletir sobre a posição da mulher na sociedade numa perspetiva histórica. Em 2023, realizaremos um ciclo de três sessões que terão como tema central a mulher no trabalho e na sociedade, no contexto dos estudos de género da atual historiografia europeia.
A primeira sessão deste ciclo realiza-se a 16 de março, às 18h00, com a conferência Mulheres e trabalho: da economia familiar ao salário individual, proferida por Isabel dos Guimarães Sá, professora do Departamento de História da Universidade do Minho.
Resumo
Quando é que as mulheres não trabalharam? A resposta é simples: fizeram-no sempre, embora em modalidades diferentes dos homens. O facto de a economia se basear na família, sendo constituída pela soma das atividades dos seus membros, nem sempre remuneradas, relegava o trabalho das mulheres para a sombra. Todavia, uma análise mais atenta das fontes históricas permite discernir a divisão sexual do trabalho entre homens e mulheres, e identificar ocupações tipicamente femininas. Nem sempre se verifica o mito da força física inferior à dos homens: alguns trabalhos das mulheres, como amassar o pão ou lavar roupa, eram igualmente duros. No mundo ocidental, este quadro apenas se alterou quando as mulheres passaram a ser donas do seu próprio salário ou a frequentar a universidade, tendo acesso a funções que antes lhes estavam vedadas.
Isabel dos Guimarães Sá
Ensina História da Europa Moderna no departamento de História da Universidade do Minho. É investigadora integrada do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da mesma universidade. Tem feito pesquisa em História de Portugal e do seu império nas áreas da História Social, e escreveu vários livros sobre as Misericórdias portuguesas, bem como várias biografias de rainhas de Portugal do século XVI, entre as quais a de D. Leonor de Lencastre (1498-1525). Os seus interesses de investigação prendem-se com vários temas. tais como a cultura material, a história da família, e as diferenças de género. O seu último livro intitula-se O Regresso dos Mortos: os doadores da Misericórdia do Porto e a expansão ibérica (séculos XVII-XVIII), Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais, 2018.
Modalidade: Presencial e online.
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Acesso livre.