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Category Archives: Casa de Sarmento

Estatutos dos Ourives de Ouro e Prata de Guimarães (1781)

Considerado o padroeiro universal dos ourives e joalheiros, Sto. Elói é também o protetor da irmandade fundada pelos ourives de Guimarães. O valioso espólio da Irmandade de Sto. Elói, no qual se destacam os estatutos aprovados em 1781, encontra-se hoje em tratamento na Casa de Sarmento, visando a sua disponibilização pública através desta página. Já podem ser consultados os estatutos de 1781.

Os Estatutos dos Ourives do Ouro e Prata da Villa de Guimarães foram aprovados e jurados pelos mestres do ofício em 1 de outubro de 1781, e constituem o documento fundamental que regulamentou a vida da corporação até 1834.

Tomando como modelo os estatutos dos ourives portuenses da prata de 1746, os Estatutos vimaranenses oscilavam entre um “regimento” profissional e um “compromisso” religioso e social de confraria ou irmandade. Significaram, na época, a conquista de uma certa autonomia em relação ao poder municipal. Nas páginas finais, as assinaturas de várias gerações de ourives tanto do ouro, como da prata, tornam o documento particularmente evocativo.

No mesmo volume vem copiado o Regimento que se deu aos Ourives de Lisboa, de 1689, mandado aplicar no ano seguinte em todo o reino.

Tanto os Estatutos como o Regimento foram publicados por Avelino da Silva Guimarães, entre 1890 e 1894, na Revista de Guimarães. O original pertence à Irmandade de Santo Elói, dos ourives de Guimarães, sediada na Igreja de S. Dâmaso; agradecemos a colaboração prestada pelo respetivo pároco, Padre Domingos Oliveira.

Santo Elói é o padroeiro universal dos ourives e joalheiros. Nasceu em França, perto de Limoges, no ano de 588. Ourives de profissão, trabalhou para os reis francos Lotário II e Dagoberto II que, reconhecendo o seu mérito moral e artístico, o proveram no cargo de tesoureiro e administrador dos bens reais. Ingressando depois na vida religiosa, veio a ser bispo de Noyon.

Costuma ser representado com as vestes e insígnias episcopais, como se pode ver na imagem de vulto que os ourives vimaranenses mandaram fazer em 1811 e que se venera num dos altares laterais da Igreja de S. Dâmaso.

 

Manuela Alcântara

 

 

 

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ArchivAVE – extração de água no rio Selho (1923)

António José Lopes Correia e Filhos pede para extrair água do rio Selho, por meio de motor eléctrico, destinada à alimentação das caldeiras de tinturaria da fábrica (1928). [Consultar]

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ArchivAVE – Reconstrução de muro e casa na margem do rio Gerês (1923)

Pedido de licença para continuar a reconstrução do muro de suporte e reconstrução de uma casa na margem do rio Gerês. Contém: planta, requerimento, recibo de pagamento, intimações, receita de pagamento, edital, certidão. Local: Terras de Bouro, freguesia de Vilar da Veiga.Consultar

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Novos títulos na Hemeroteca: O Progresso e Voz de Guimarães

Estão disponíveis na Hemeroteca dois novos jornais vimaranenses: o Progresso e A Voz de Guimarães.

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ArchivAVE – Construção de casa de moinhos no ribeiro de Guidões, Santo Tirso (1918)

Licença para construir uma casa de moinhos na margem esquerda do ribeiro de Guidões, bem como um açude para derivar água por meio de canal subterrâneo para os moinhos e ainda construir muro de suporte. Contém: requerimento, ordens de serviço, certidão, notas de serviço, declaração, termo de responsabilidade e planta. Local: Concelho de Santo Tirso, Freguesia de Guidões, Lugar de Bicho. Consultar.

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Aviso ao povo para não morrer de bexigas

Na Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento existe um curioso opúsculo, com o sugestivo título «Aviso ao povo para não morrer de bexigas». Sobre esta publicação de um farmacêutico vimaranense, João Lopes de Faria assinala nas suas efemérides que, em 1 de março de 1873, «A autoridade administrativa convidou os farmacêuticos para uma reunião a fim de prestarem todo o auxilio aos doentes atacados das bexigas, cuja epidemia grassava nesta cidade, que estivessem em circunstâncias desfavoráveis e com poucos recursos para medicar-se no seu domicílio. O hábil farmacêutico Manuel José de Passos Lima, “O Pilro”, da Rua de Santa Rosa de Lima, publicou em 7 deste mês um folheto, impresso, com o título de Aviso ao Povo para não morrer de Bexigas, ou considerações sobre a Epidemia da Varíola que custava 100 reis.»

Nesta obra, Passos Lima começa por apresentar uma curiosa definição de epidemia, recordando a etimologia da palavra:

«Este termo, que vem de duas palavras gregas, na nossa linguagem, quer dizer: mal, que está em cima do povo. É na verdade eloquente essa definição.»

A leitura do texto permite-nos observar que Passos Lima era um homem culto e bem informado, o que se torna evidente pelas abundantes citações de autores franceses e ingleses. Explica eloquentemente a origem e as vantagens da vacina, recordando, com ênfase, a frase que o Instituto Vacínico de Edimburgo recomendava que o clero da Escócia dirigisse aos pais, na altura do batismo de uma criança:

«se esta criança morrer de bexigas naturais, vós somente sois o culpado da sua morte, por que tendes na vossa mão um pronto e eficaz meio de a livrar desta fatal enfermidade, e este meio é a vacina dádiva do Céu.»

Para quem não tinha acesso à vacina, perante um doente com bexigas, destacando a elevada contagiosidade da doença, o autor apresenta uma série de recomendações, entre as quais: que o doente deve ser colocado numa sala ampla, limpa, arejada, não dormindo junto dele pessoa alguma; que se devem mudar todos os dias as roupas brancas da cama, bem como as camisas e despejar os vasos logo que os doentes façam alguma evacuação.

Finalmente, conclui, afirmando que dava por bem pago o trabalho que teve «se tiver a ventura com ele de salvar a vida a uma só pessoa.»

Para os mais curiosos, segue a ligação para o texto integral: https://www.csarmento.uminho.pt/site/s/arquivo-digital/item/105708#?c=0&m=0&s=0&cv=0

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ArchivAVE – Francisco Inácio da Cunha Guimarães & Filhos – Moinho do Buraco

Pedido de licença em nome de Francisco Inácio da Cunha Guimarães & Filhos para abrir uma comporta num açude e fazer o aproveitamento hidroeléctrico do rio Selho no Moinho do Buraco.

Local: Concelho de Guimarães, Freguesia de Selho (São Jorge), Lugar de Moinho do Buraco Consultar

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Casa de Sarmento lança livro sobre a gripe espanhola (1918)

“A Gripe Espanhola de 1918” é o título da mais recente publicação da Casa de Sarmento. Este livro resulta de um encontro científico internacional, promovido pela Casa de Sarmento (Unidade Diferenciada da UMinho), que se realizou em Guimarães, na Sociedade Martins Sarmento, entre 25 e 26 de outubro de 2018, em colaboração com a Associação de Demografia Histórica (ADEH), a Associação Portuguesa de Demografia (APD) e o Grupo de Populações e Saúde do CITCEM.

Das jornadas, em que participaram trinta e cinco investigadores, congregando diversas perspetivas, desde a Demografia à História da Saúde, resultou esta publicação, que reúne dezasseis trabalhos que se repartem, fundamentalmente, por três áreas: perspetivas globais sobre a gripe e outras pandemias, estudos de caráter regional e impactos socioculturais da pandemia. Este conjunto de estudos é um importante contributo para conhecer melhor uma realidade que só há muito pouco tempo tem acolhido o interesse da comunidade científica e que tem óbvio paralelo com a grave situação epidemiológica que vivemos nos dias de hoje.

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Continuamos por cá: o Cerco do Porto do Coronel Owen

 

“Este velho livro teve sempre para mim um grande encanto. Antes de o ler, ouvi-o da boca de minha avó, miguelista ferrenha, que me contava, sentada no banco do quintal, a guerra dos dois irmãos.

(…) Ouvi-lhe todo o cerco, assisti com ela à entrada dos sete mil e quinhentos esfarrapados «que só venceram por traição do Povoas», e a outras peripécias que mais tarde procurei neste volume a que faltavam folhas.

(…) Quase lidei com todos estes fantasmas. Foi por isso decerto que o livro sempre me encantou, apesar de escrito numa língua-de-trapos. E talvez a língua arrevesada lhe aumentasse ainda o prestígio… Figurava-se-me ter ao pé de mim o pitoresco inglês descrevendo o Saldanha, o Torres obstinado na defesa da Serra e sem vintém para rapé, D. Pedro despindo o casaco para ensinar um carpinteiro a talhar o reparo duma peça, os labrostes dos arredores, com o saco às costas e a faca no saco, à espera do assalto à «rica cidade dos malhados» … – os quadros, as cenas, as figuras, que Owen, observador inteligente, anota e põe de pé com realce e precisão.

(…) Aí têm as razões porque este livro me interessa. Tem o prestígio da desgraça. Depois é simples. Depois misturou-se aqui alguma vida de Camilo. É também o depoimento dum estrangeiro sobre as nossas coisas, e dum estrangeiro que sabe ver, encontrar o traço preciso, ou pôr de pé um retrato em seis linhas flagrantes. Limpei-o aqui e ali para o tornar legível, procurando completa-lo com observações doutro inglês, Napier, e com algumas notas mais. Tudo isto que hoje nos parece minúsculo e longínquo diante da calamidade que revolve a Europa, se passou entre os quatro muros da nossa casa. Eu sou tripeiro. E, como já disse, ouvi muitas vezes esta história contada por minha avó na casinha sobre o rio, o que não se esquece… Estão à minha roda o soldado, a filha schakspereana, que morreu assombrada, com olhos de espanto que ainda hoje enchem de aflição – e sem ter compreendido – e sem ter compreendido!… Esperam outras, outras ainda…”

Raul Brandão, prefácio de O Cerco do Porto, do Coronel Owen, 2.ª ed. Porto: Renascença Portuguesa, imp. 1920. (Biblioteca histórica; 1).

No ano em que passam 200 anos sobre a Revolução Liberal em Portugal, lembramos o contributo do escritor da Casa do Alto, Raul Brandão, na obra memorialista do Coronel Owen, O cerco do Porto.

O Cerco do Porto, evento de pronunciado alcance na afirmação do Liberalismo em Portugal, decorreu entre Julho de 1832 e Agosto de 1833, opondo forças absolutistas, fiéis a D. Miguel, e liberais, apoiantes de D. Pedro. O Coronel Owen, militar inglês que se encontrava em Portugal desde o período das invasões francesas, vivia no Porto quando dos movimentos bélicos e, apesar de não ter incorporado qualquer agrupamento militar, obedecendo a indicações superiores, colaborou com D. Pedro durante o período que decorreu o conflito. O testemunho do Coronel, um dos mais completos sobre o confronto, contribui grandemente para a compreensão da Revolução Liberal Portuguesa. Owen desenvolveu com assinalável detalhe as operações militares, assim como descreveu os antecedentes do liberalismo, a configuração sociopolítica da época e os principais intervenientes da causa liberal e do absolutismo.

O cerco do Porto, editado pela primeira vez, pelo Coronel Owen, em Londres no ano de 1835, foi por Raul Brandão “ressuscitado”, em 1915 (tendo tido, cinco anos mais tarde, segunda edição revista), quando o prefaciou e enriqueceu com diversas notas e ilustrações de imagens e documentos coetâneos aos acontecimentos narrados.

Raul Brandão, militar, jornalista e um dos grandes vultos da literatura portuguesa da primeira metade do séc. XX, dedicou especial carinho ao testemunho de Owen, assim como a determinados momentos sociopolíticos do país. Produziu textos reveladores de uma grande acuidade historiográfica e de grande relevância para o conhecimento do período das invasões francesas – El-Rei Junot – do liberalismo e da guerra civil – A conspiração de 1817 – Gomes Freire de Andrade e O cerco do Porto – e do período da República – Memórias.

Do lado direito da imagem vê-se um excerto da carta enviada por Francisco Owen, bisneto do Coronel, autor da obra, para Raul Brandão, datada de 1916, após a primeira edição do livro (Arquivo da SMS).

Com os melhores cumprimentos,

A Direcção da SMS

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Epidemias de ontem e de hoje: hospitais de campanha

Ontem como hoje, as imagens dos hospitais de campanha dão-nos uma imagem do impacto destas pandemias.

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