Junta de Freguesia de Cabril pede licença para construção de uma passagem de pedra sobre o rio Cávado. Contém: cópia de requerimento, oficios, planta, ordem de serviço, termo de responsabilidade. Local: concelho de Montalegre, freguesia de Cabril.
ArchivAVE – Dia Mundial dos Rios
O Dia Mundial dos Rios foi criado em 2005 e é comemorado anualmente no último domingo do mês de setembro, este ano no dia 27.
O seu objetivo é lembrar as pessoas da importância das linhas de água doce de todo o mundo e da relevância de as preservar, promovendo a consciencialização pública para a sua boa gestão e salvaguarda.
No Arquivo Histórico Hidrográfico das Bacias do Ave e Cávado, pertencente à Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH do Norte), procuramos assinalar esta data através da publicação de documentos que demonstram a importância dos rios na nossa comunidade, tanto no passado como no presente.
Nos processos que constam neste acervo, encontramos documentação que nos dá conhecimento da riqueza e da enorme variedade de aproveitamentos hidráulicos que, ao longo de mais de uma centena de anos, se estabeleceram na Bacia do Ave e na Bacia do Cávado. Estes abrangem os usos mais tradicionais (lavadouros públicos, moinhos e azenhas, lagares de azeite, engenhos de linho e de serrar, encanamentos e rodas hidráulicas para rega), mas também os aplicados nos diferentes processos produtivos industriais (rodas hidráulicas proporcionando força motriz), e na produção hidroelétrica.
ArchivAVE – Sociedade Martins Sarmento pede licença para reparação de açude em Briteiros (1930)
Sociedade Martins Sarmento pede licença para reparar um açude de irrigação que possui no ribeiro de Febras e consiste na colocação de algumas pedras e terra de várias juntas de cimento na crista, afim de evitar fuga de água. [Consultar]
ArchivAVE – nora no rio Cávado (1924)
António Ribeiro pede para alterar uma nora para derivar água do rio Cávado, com o objetivo de rega. [Consultar]
Estatutos dos Ourives de Ouro e Prata de Guimarães (1781)
Considerado o padroeiro universal dos ourives e joalheiros, Sto. Elói é também o protetor da irmandade fundada pelos ourives de Guimarães. O valioso espólio da Irmandade de Sto. Elói, no qual se destacam os estatutos aprovados em 1781, encontra-se hoje em tratamento na Casa de Sarmento, visando a sua disponibilização pública através desta página. Já podem ser consultados os estatutos de 1781.
Os Estatutos dos Ourives do Ouro e Prata da Villa de Guimarães foram aprovados e jurados pelos mestres do ofício em 1 de outubro de 1781, e constituem o documento fundamental que regulamentou a vida da corporação até 1834.
Tomando como modelo os estatutos dos ourives portuenses da prata de 1746, os Estatutos vimaranenses oscilavam entre um “regimento” profissional e um “compromisso” religioso e social de confraria ou irmandade. Significaram, na época, a conquista de uma certa autonomia em relação ao poder municipal. Nas páginas finais, as assinaturas de várias gerações de ourives tanto do ouro, como da prata, tornam o documento particularmente evocativo.
No mesmo volume vem copiado o Regimento que se deu aos Ourives de Lisboa, de 1689, mandado aplicar no ano seguinte em todo o reino.
Tanto os Estatutos como o Regimento foram publicados por Avelino da Silva Guimarães, entre 1890 e 1894, na Revista de Guimarães. O original pertence à Irmandade de Santo Elói, dos ourives de Guimarães, sediada na Igreja de S. Dâmaso; agradecemos a colaboração prestada pelo respetivo pároco, Padre Domingos Oliveira.
Santo Elói é o padroeiro universal dos ourives e joalheiros. Nasceu em França, perto de Limoges, no ano de 588. Ourives de profissão, trabalhou para os reis francos Lotário II e Dagoberto II que, reconhecendo o seu mérito moral e artístico, o proveram no cargo de tesoureiro e administrador dos bens reais. Ingressando depois na vida religiosa, veio a ser bispo de Noyon.
Costuma ser representado com as vestes e insígnias episcopais, como se pode ver na imagem de vulto que os ourives vimaranenses mandaram fazer em 1811 e que se venera num dos altares laterais da Igreja de S. Dâmaso.
Manuela Alcântara
ArchivAVE – extração de água no rio Selho (1923)
António José Lopes Correia e Filhos pede para extrair água do rio Selho, por meio de motor eléctrico, destinada à alimentação das caldeiras de tinturaria da fábrica (1928). [Consultar]
ArchivAVE – Reconstrução de muro e casa na margem do rio Gerês (1923)
Pedido de licença para continuar a reconstrução do muro de suporte e reconstrução de uma casa na margem do rio Gerês. Contém: planta, requerimento, recibo de pagamento, intimações, receita de pagamento, edital, certidão. Local: Terras de Bouro, freguesia de Vilar da Veiga.Consultar
Novos títulos na Hemeroteca: O Progresso e Voz de Guimarães
Estão disponíveis na Hemeroteca dois novos jornais vimaranenses: o Progresso e A Voz de Guimarães.
ArchivAVE – Construção de casa de moinhos no ribeiro de Guidões, Santo Tirso (1918)
Licença para construir uma casa de moinhos na margem esquerda do ribeiro de Guidões, bem como um açude para derivar água por meio de canal subterrâneo para os moinhos e ainda construir muro de suporte. Contém: requerimento, ordens de serviço, certidão, notas de serviço, declaração, termo de responsabilidade e planta. Local: Concelho de Santo Tirso, Freguesia de Guidões, Lugar de Bicho. Consultar.
Aviso ao povo para não morrer de bexigas
Na Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento existe um curioso opúsculo, com o sugestivo título «Aviso ao povo para não morrer de bexigas». Sobre esta publicação de um farmacêutico vimaranense, João Lopes de Faria assinala nas suas efemérides que, em 1 de março de 1873, «A autoridade administrativa convidou os farmacêuticos para uma reunião a fim de prestarem todo o auxilio aos doentes atacados das bexigas, cuja epidemia grassava nesta cidade, que estivessem em circunstâncias desfavoráveis e com poucos recursos para medicar-se no seu domicílio. O hábil farmacêutico Manuel José de Passos Lima, “O Pilro”, da Rua de Santa Rosa de Lima, publicou em 7 deste mês um folheto, impresso, com o título de Aviso ao Povo para não morrer de Bexigas, ou considerações sobre a Epidemia da Varíola que custava 100 reis.»
Nesta obra, Passos Lima começa por apresentar uma curiosa definição de epidemia, recordando a etimologia da palavra:
«Este termo, que vem de duas palavras gregas, na nossa linguagem, quer dizer: mal, que está em cima do povo. É na verdade eloquente essa definição.»
A leitura do texto permite-nos observar que Passos Lima era um homem culto e bem informado, o que se torna evidente pelas abundantes citações de autores franceses e ingleses. Explica eloquentemente a origem e as vantagens da vacina, recordando, com ênfase, a frase que o Instituto Vacínico de Edimburgo recomendava que o clero da Escócia dirigisse aos pais, na altura do batismo de uma criança:
«se esta criança morrer de bexigas naturais, vós somente sois o culpado da sua morte, por que tendes na vossa mão um pronto e eficaz meio de a livrar desta fatal enfermidade, e este meio é a vacina dádiva do Céu.»
Para quem não tinha acesso à vacina, perante um doente com bexigas, destacando a elevada contagiosidade da doença, o autor apresenta uma série de recomendações, entre as quais: que o doente deve ser colocado numa sala ampla, limpa, arejada, não dormindo junto dele pessoa alguma; que se devem mudar todos os dias as roupas brancas da cama, bem como as camisas e despejar os vasos logo que os doentes façam alguma evacuação.
Finalmente, conclui, afirmando que dava por bem pago o trabalho que teve «se tiver a ventura com ele de salvar a vida a uma só pessoa.»
Para os mais curiosos, segue a ligação para o texto integral: https://www.csarmento.uminho.pt/site/s/arquivo-digital/item/105708#?c=0&m=0&s=0&cv=0