Noticia o jornal “A Razão”, de 31 de Agosto de 1923, uma vaga de calor que, tendo provocado vários estragos na América do Norte, atravessou o oceano, manifestando-se na Europa, abatendo-se também sobre a cidade de Guimarães. Segundo o periódico:

«(…) o fenómeno, que a princípio era tido como puro produto da fantasia americana, é já agora tido como verdadeiro pelos mais descrentes. (…) a vaga de calor deixou tal rasto que a ninguém pode restar duvidas da sua existência.
Aqui na cidade, onde o número de descrentes era enorme, manifestou-se ela por tal forma que eu estava a vêr uma insolação em massa. – Eu lhes conto.
Era uma tarde quente, desta tardes em que a gente inveja a indumentária simples com que se regalam os bijagós e quejanda pretalhada.
O Café da Porta da Vila regorgitava de freguezes. Nisto, a uma das portas surge, donairoso, esbelto, delicioso, um corpo de mulher. (…)
Tudo suava e muitas moscas vi eu que, preferindo a morte àquele inferno, se lançavam de olhos fechados para dentro dos copos dos refrescos, onde muitas morrerram. Aquilo era de mais.
E a temperatura a subir sempre… Um pavor!»

Leia a notícia completa aqui